quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Teste Lote #12 Repetindo adição de essência em baixa temperatura com e sem isolamento térmico na fase gel.

Estamos na reta final desta primeira bateria de testes e praticamente repetimos o teste do Lote #7 e #8 para ver como a receita se comporta com o acréscimo de 7% de essência em nossa massa de sabão, aproveitamos para testar outra pigmentação desta vez na cor azul para combinar com a essência de lavanda que vamos usar.



Iniciamos seguindo nossa rotina de pesagem e acondicionamento dos itens a serem utilizados, por se tratar de um teste assim como nos outros casos mostrados aqui, usamos cerca de 300g de massa entre óleos e solução cáustica. A única novidade foi o acréscimo da cor azul aos óleos.

Mais uma vez usamos o óleo de palma, óleo de palmiste, estearina, óleo de mamona e azeite de oliva.


Como estamos repetindo um teste para confirmar seus resultados, trabalhamos com temperaturas em torno de 25°, para podermos acrescentar nossas essências sem maiores problemas, para isso usamos um recipiente com água gelada e assim demos inicio a mistura da solução cáustica e os óleos...


O fato de trabalharmos em uma faixa de temperatura bem baixa nos deu mais uma vez a possibilidade de retardar o traço (por pouco tempo), são nestes casos que, ter tudo o que se precisa a mão ajuda muito, dai a importância de se ter uma rotina pre estabelecida de trabalho, pois são nesses detalhes que se perde um lote inteiro de sabão.



Enformamos nossa sabão sem muita dificuldade, mas hoje deu mais trabalho que ontem e o resultado segue abaixo. Sem grandes problemas e os levamos para caixa térmica, onde passara as próximas 24h.



Monitoramos o inicio da fase gel e ficamos mais tranquilos ao ver a temperatura da caixa térmica chegar aos 40 graus... mesmo forçando uma temperatura baixa durante todo o processo de mistura dos ingredientes de nossa receita, ainda assim quando a reação química começa não temos como mante-la em temperatura constante e ela salta de 25° para 40° em menos de uma hora.

Existem casos que se coloca o sabão na geladeira para que a temperatura não suba e assim se elimina a fase gel, deixando o sabão mais macio e cremoso, nunca fiz este teste, mas quem sabe um dia fazemos para ver no que vai dar...

Retiramos nosso sabão da forma, temos como resultado uma barra dura, fracionamos nossa barra em três pedaços de 100g, sinto o cheiro da essência mas não como queria, mas uma coisa me chamou a atenção nos últimos dois testes que fizemos sobrou um pouco de massa alguma coisa em torno de 25g que coloquei em uma forma PET para não desperdiçar e deixei na bancada da pia, ao desenformar este sabão percebi que estava muito mais cheiroso do que o que estava na caixa térmica longe do sol e da luz direta.


Pensei... porque isso aconteceu? será que na fase gel onde nossa massa aquece mais perdemos parte do aroma por conta do calor? afinal a única diferença entre os resultados foi o lugar onde as fomas foram deixadas! Ao menos esta era a única explicação que vinha na minha cabeça!

O que aconteceu a seguir? hehehe, outro teste é claro, repeti tudo igualzinho mas simplesmente não coloquei nosso sabão na caixa térmica ou cobri com cobertores deixei literalmente ao relento... hehehe sendo resfriado mais rapidamente por perder calor para o meio ambiente.

Devo fazer uma observação significativa, em ambos os testes nossa massa não travou ou atingiu um traço forte, se manteve com um traço de suave para médio por todo o tempo. Isso nos possibilitou maior tempo para trabalhar e registrar cada etapa deste processo. Conseguimos isso baixando a temperatura da solução cáustica e dos óleos como foi relatado no teste do lote #7




Deixei nosso novo teste na bancada da pia, mas por curiosidade resolvi medir a temperatura da massa com nosso termômetro digital que registrou o seu ponto mais quente a 54 graus! isso mesmo o interior da massa estava no ápice da reação química em 54 graus! mesmo sem isolamento térmico a fase gel acontecia com a única diferença de estar fora de um ambiente adequado.



Continuamos com nosso teste e a forma ficou o dia todo em cima da bancada sem nenhum tipo de isolamento térmico, apenas não pegou luz direta por estar na sombra. O resultado final foi melhor que o anterior, a essência se fez mais presente, mais forte a única diferença além do cheiro foi a cor que ficou um pouco mais clara, mas não por ter ficado fora da nossa caixa térmica e sim por ter colocado menos dióxido de titânio e azul.




Fiquei muito satisfeito com este teste e mais ainda com os resultados alcançados. Espero ter ajudado no quesito essência e mais ainda espero ter de alguma forma incentivado você a ousar! A testar, sem medo mas com muita consciência.

Acho que por hora é isso. Este teste foi dividido em dois dias o primeiro dia 22 de Janeiro e o segundo dia 25 de janeiro.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Teste Lote #11 Manteigas de Cacau e Karité com Óleo de semente de uva

Mais um teste, desta vez com manteigas. Já vinha planejando fazer um sabonete com manteiga de cacau faz algum tempo, na verdade iria usar em um teste de sabonete de chocolate, também tinha planos de usar a manteiga de Karité em outro teste para ver o resultado de hidratação que esta manteiga proporciona.

Como venho fazendo alguns testes nesses últimos dias e como quero finalizar esta fase até o final deste mês estou dando uma acelerada em alguns projetos relacionados aos sabonetes. Quero testar ainda o sabonete com argila, com mel e com cerveja no lugar da água e ainda quero testar alguns óleos como o de abacate, farelo de arroz e semente de uva.

Decidi então que farei este teste misturando as duas manteigas (cacau e karité) e vou adicionar o óleo de uva, o resultado final será comentado futuramente quando nosso sabão estiver liberado para uso.


Seguimos nossa rotina normal separando e pesando todos os nossos ingredientes, derretemos as manteigas e misturamos aos outros óleos.


Adicionamos a solução cáustica e começamos a misturar com a ajuda da espatula mesmo, depois usamos o miz para chegar mais rápido ao traço. Quando atingimos um traço leve adicionamos os Óleos Essenciais (Neste teste uma sinergia entre Laranja Doce, Limão Siciliano, Jasmim e canela. Sendo os dois últimos em pequena quantidade), não usamos dióxido de titânio ou qualquer outro tipo de corante porque queremos um amarelo claro e acho  que vai ficar bem interessante depois de pronto.



Enformamos nossa massa na forma de silicone e deixamos descansar a noite toda, pela manhã notei que haviam se formado gotículas de um líquido na superfície de nossa barra de sabão, o cheiro e a consistência é igual ao ocorrido em nosso Lote #3 fiquei mais uma vez tentando entender o que pode ter ocorrido mas não consegui chegar a uma resposta convincente.


A única coisa que me passa pela cabeça é que durante a reação de saponificação alguns óleos ou parte dele (não compreendo o motivo) foram jogados para fora, tipo expurgado da massa, não foram saponificados. Fiz uma retrospectiva de todo o processo e os óleos foram bem misturados, o traço foi atingido (inclusive esperei a massa ficar mais rígida antes de enformar). Bem, vamos esperar as próximas 12 hora e desenformar nossa massa para ver o resultado.

Passaram-se as 24h, agora vamos desenformar e ver no que deu! apos registrar o ocorrido durante a fase gel, tive o cuidado de secar a superficie do sabão com um papel absorvente. Quando retirei o sabão (ainda no molde) da caixa termica onde ficou descansando durante o processo de saponificação percebi de imediato que seria fácil tira-lo da forma! E não estava errado, desenformou facilmente mostrando-se bastante solido.



Cortei em seguida e os acondicionei na caixa de cura, onde passarão os próximos trinta dias, só então estarão liberados para o teste de uso em banho, os pequenos defeitos da moldagem conferem a nosso sabonete um aspecto mais rustico e eu gosto muito disso.


Bem acho que por hora é isso, até a próxima... Este teste foi feito dia 23 de Janeiro de 2013

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Teste Lote #10 Sabonete de Vinho Tinto


Como já tínhamos anunciado no teste anterior, estaremos fazendo neste teste a substituição da água deionizada por vinho, aproveitamos para tomar umas taças é claro! Mudamos alguns percentuais em relação a ultima receita, mas continuamos usando os mesmos óleos ou seja Palma, Palmiste, Oliva, Mamona e Estearina de Palma alteramos também a concentração de NaOH para 32% já que usamos 30% no teste anterior. 


Como sempre seguimos nossa rotina de produção com um cheque List, depois que separamos e pesamos todos os itens demos inicio a nosso trabalho, tinha receio de misturar a soda ao vinho por duas causas, a primeira o açúcar a segunda o álcool. Meu medo era que a mistura atingisse uma temperatura muito alta e resultasse em ebulição e consequentemente em muitos gases. Mais um bom motivo para estar paramentado com todos os equipamentos de segurança (óculos de proteção, luvas, mascara e avental) quem sabe um extintor e o telefone bem perto para chamar os BOMBEIROS ou a SAMU Risos, brincadeiras hehehe. 

E realmente foi o que aconteceu a mistura superaqueceu e entrou em ebulição, foi tudo muito rápido, não chegou a derramar a solução cáustica que estava no meu recipiente, nem  explodiu o laboratório!!! mas produziu muito vapor com gases toxicos, o cheiro não foi dos melhores e pensei comigo, lá se foi um bom vinho, antes eu tivesse bebido mais uma taça (hehehe)... achei que o aroma que tanto queria preservar tinha ido pro beleleu... mas não tinha muito o que fazer, então só me restou esperar a temperatura baixar para a casa dos 40 graus e dar prosseguimento a nossa receita (neste teste trabalhamos com temperaturas em torno de 40 graus). 

Foi nesse intervalo de tempo que aproveitei para degustar mais um pouco deste belo vinho argentino (Zuccardi, Syrah, safra de 2008) o tempo passou mais rápido e foi muito mais prazeroso esperar, quase abro mais uma garrafa, risos. 



Misturamos a solução cáustica a nossa mistura de óleos, porem notamos antes de misturar que havia se formado um resíduo em nossa solução cáustica  para não ariscar resolvemos coar nossa solução cáustica ao adiciona-la aos óleos, no inicio a solução foi para o fundo não se misturando de imediato com os óleos.


Quando começamos a misturar com a espátula a solução começou a se misturar e logo se tornou mais grossa, o açúcar fez o papel de catalizador, (já que o álcool se evaporou com a alta temperatura da solução cáustica) fornecendo a energia necessária para nosso processo sofrer uma aceleração e consequentemente diminuir o tempo para se atingir o traça, tudo não demorou mais que 30 ou 40 segundos. 


Enformamos nossa massa (que já não estava muito maleável) e deixamos em nossa caixa térmica sem tampa para descansar pelas próximas 24h. Neste período vamos monitorar a temperatura para não haver superaquecimento da massa na fase gel.

Outra observação é a perda dos pigmentos do vinho que  não consegue manter sua cor bordô ou avermelhado e passa para um amarronzado. da próxima vez vou usar um pigmento avermelhado para tentar manter a cor.

Se passaram 12h e dei uma espiadinha para ver como estava nossa massa, a fase gel esta quase concluída  a massa se tornou mais clara e parece que vai ficar bem rígido. fiz tudo ontem a noite, vou trabalhar e quando voltar retiro nosso sabão do molde e vejo o resultado deste teste.



É hora de retirar nosso sabonete do molde e ver no que deu este teste, desenformou facilmente, ao cortar a barra finalmente uma cor avermelhada, mas sei que esta cor ira sumir no processo de cura. o resultado me agradou, pena não ter colocado nenhuma essência neste teste.

Este teste foi realizado dia 22 de janeiro de 2013

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Teste Lote #9 Sabonete de Café

Como já havíamos falado antes fizemos um teste com uma receita de sabonete de café, isso mesmo café, trocamos a água por café e vamos descrever o resultado deste teste a seguir.

Pra começar seguimos a rotina de sempre, pode parecer bobagem mais acredite não é, estabelecer uma rotina na hora de produzir seus sabonetes é de fundamental importância, faz parte do planejamento, evita que você esqueça algum ingrediente ou pule alguma etapa, e o principal lhe da mais tranquilidade na hora de executar sua receita, imagine só descobrir que falta algum ingrediente no meio  do processo! uma rotina de trabalho evitaria este problema.


Voltemos a nossa rotina, separamos e pesamos todos os ingrediente, fizemos um café bem forte e deixamos esfriar, usaremos mais adiante como substituto para água em nossa solução cáustica. Pesamos a soda, os óleos separamos a forma e demos inicio ao preparo de nosso sabão.



Misturamos a soda no café, como foi nossa primeira tentativa com café resolvemos fazer em temperatura controlada com medo de superaquecimento da solução (o que não aconteceu!). Deixamos voltar a temperatura ambiente e incorporamos os óleos a nossa solução de café e soda, não usamos o mix neste inicio de mistura!, depois adicionamos um pouco da borra de nosso café, continuamos misturando sem usar o mix, depois de tudo bem misturado passamos a usar o mix para ajudar a chegar no traço ideal. Demorou um pouco mais que o de costume isso ocorreu por estarmos trabalhando em temperatura ambiente.

Alcançado o traço vamos derramar nossa mistura no molde de silicone e esperar a massa descansar por 24 horas e ver o resultado final. notamos que a mistura ficou no ponto certo, não esta muito líquida nem muito grossa o que nos possibilitou trabalhar com calma.



Pude notar no monitoramento que fiz apos guardar o sabonete que a temperatura permaneceu baixa por mais de quatro horas (em torno de 30 graus) , e só então começou a subir, mesmo assim muito devagar, passadas 9 horas ainda esta bastante baixa (em torno de 33 graus) para a fase gel o me deixa um pouco apreensivo, mas vamos aguardar. 12h apos enformar nossa massa chegou a hora de desenformar nosso sabão e ver o resultado, aparentemente estava solido o suficiente, mas ao desenformar notamos que poderia ficar mais um pouco enformado, talvez 48h.



Mas gostei do resultado final, o cheiro final é amendoado (lembramos que não usamos nenhum OE ou essência nesta receita) e a cor bem característica e da vontade de morder, hehehe.

Este é um sabonete que todos devíamos ter, não é um sabonete para tomar banho, mas um sabonete para  retirar os mais diversos cheiros de nossas mãos como: cebola, alho ou solventes em geral, o poder do café  na eliminação de cheiros desagradáveis é o ponto alto deste sabonete.

O próximo teste será com vinho, hehehe não sei se o laboratório vai explodir mas eu vou tomar algumas taças durante este teste! Afinal seria um sacrilégio desperdiçar vinho para fazer teste com receita de sabonete! acho que por hora é isso...

Este teste foi realizado dia 20 de janeiro de 2013

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Teste de uso do lote #3



Hoje liberamos o teste denominado Lote #3 para uso, como sempre estamos postando os resultados sensitivos deste lote ao usa-lo no banho.

Visualmente achei que o sabonete ficou bonito, uma mescla de branco com marrom claro, apesar de ter sido feito com muito Soft Oil ele se apresenta firme e bastante solido, o formato e o tamanho continuam iguais e me agrada muito por ter uma ótima pegada, não é muito grande nem muito pequeno. as quinas continuam a incomodar um pouco no inicio do uso mas nos primeiros instantes do banho isso é resolvido.

Devo documentar que está sendo uma experiencia muito interessante para mim fazer estes testes, não se imagina a principio o quanto podem ser diferentes os resultados finais de um sabonete ao se mudar um detalhe de sua receita, parece bobagem mas acredite não é.


A forma como o sabonete vai se comportar na água ou em contato com a pele são totalmente diferentes de uma formula para outra, mesmo quando se altera um ingrediente em cerca de 5% o resultado final é totalmente diferente, por isso devemos estar sempre atentos as medidas que usamos em nossas receitas, isso de um pouquinho só a mais ou a menos não tem importância esta errado!!! É exatamente este pouquinho que vai fazer uma enorme diferença no seu resultado final.

Temos relatado aqui inúmeros testes e vamos continuar fazendo uma infinidade deles, porem se você prestar atenção no que mudamos de um teste para outro vai compreender que a mudança é bem pequena em cada formulação, mas os resultados finais são bastantes diferentes, isso se dá pelas características químicas que cada componente testado apresenta e a menor variação de concentração destes componentes podem causar grande mudaças em nossa barra de sabão, então lembre-se, quando for fazer seus testes, vá com calma, mude os percentuais aos poucos e avalie o que esta alteração acarretou em seu produto.


TESTE VISUAL: Este lote tem uma caracteristica diferente dos outros testados, pois tentei fazer uma mescla de cores, um efeito marmorizado. Sua cor predominante é um marrom claro (tipo café com leite) que ficou muito bonito.

TESTE FÍSICO: Este lote me surpreendeu neste quesito! por ter sido feito com muitos óleos frágeis (macios) achei que teria um sabão muito frágil em contato com a água e que ele se dissolveria rápido de mais. Mas o resultado final foi um sabonete muito rígido e que superou todos os outros que testei ata agora.

TESTE OLFATIVO: Estava esperando a liberação deste lote com anciedade por ser nosso primeiro lote com óleos essenciais como fragrância, mesmo quando este lote estava em processo de cura já dava para sentir seu aroma de laranja doce e canela quando abríamos a caixa onde estavam sendo guardados.

No banho não foi diferente, liberou seus aromas que rapidamente tomou conta de todo o banheiro, um aroma delicado e refrescante que mesmo apos o banho permaneceu na pele por mais de 1 hora.


TESTE DE USO: Mais uma vez usamos nosso sabonete durante o banho, como já relatamos mais de uma vez o tamanho é muito bom, seu peso é de 100g o que esta dentro de um padrão que eu determinei quando comecei a produzir meus primeiros testes. As quinas incomodam um pouco no inicio do banho mas isso se resolve assim que nosso sabonete entra em contato com a pele, sua resistência a água me surpreendeu e foi o melhor que testei ate o momento, porem sua espuma é baixa e mais cremosa com muito poucas bolhas.


Como é um sabonete mais resistente a água nota-se menos a sensação de maciez ao se esfregar ele na pele, ficou menos emoliente também, mas da pra sentir seu poder de limpeza e hidratação. Mas seu ponto forte , apesar de sua excelente resistência a água, foi o aroma que sem dúvida nenhuma é o melhor testado ate agora.

Acho que por hora é isso.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Aromas e Fragrâncias uma arte que requer alguns conhecimentos.

Mais um desafio, desta vez escolher os aromas (os cheiros) que estarão presentes em nossos sabonetes. Após conseguir equilibrar nossa receita chegou a hora de definir a personalidade de nossos sabão e isso será feito através da adição de um aroma específico ou da combinação de dois ou mais aromas, o que resultará neste caso em uma fragrância. 

Uma fragrância é resultado de uma mistura de muitas essências, são mais de 75. Por essa razão, ele é composto por notas, sejam notas de cabeça, notas de coração e notas de fundo que compõe a fragrância. Essas notas são divididas em etapas de acordo com o tempo de evaporação de cada uma delas quando em contato com a pele. 


Hoje já temos no mercado três base de essências as naturais encontradas nos óleos essenciais, óleos e extratos vegetais puros. Temos as sintéticas produzidas em laboratório e que imitam ou complementam as naturais e as mistas que unem as duas anteriores. Qual delas devemos usar é uma pergunta que devemos sempre fazer pois cada tipo tem suas vantagens e desvantagens. 

As principais vantagens dos aromas naturais, presentes nos óleos essenciais é sua concentração e suas características terapêuticas, tem como principal desvantagem o custo elevado e a dificuldade de encontra-lo em determinados lugares. Já os aromas sintéticos têm como principal vantagem o custo que é mais acessível, e blends prontos ou o que chamamos de fragrâncias prontas com uma maior quantidade de aromas, inclusive de perfumes famosos. Também achamos mais facilmente no mercado. Agora as misturas de óleos com essências sintéticas não encontramos facilmente por serem fabricadas sob encomenda para indústria de cosmético. 

Mas você sabe o que isso significa? Vamos explicar! 

Toda fragrância é composta por misturas de aromas, pode ser uma mistura simples de apenas dois aromas ou mais complexa podendo chegar a mais de 200 aromas combinados, estas misturas conferem as fragrâncias características únicas. Ao serem misturados os aromas se potencializam e combinam suas características mais marcantes resultando em uma fragrância mais agradável e equilibrada. Alguns aromas são mais persistentes e vão fixar por mais tempo na nossa pela, outros são mais delicados e doces, alguns são refrescantes e existem os que excitam e dão calor, são centenas de características diferentes que podem ser combinadas resultando em fragrâncias deliciosas e inesquecíveis. Para podermos entender o resultado destas misturas chamamos estas essências de notas e as classificamos como: Notas de Cabeça, Notas de Coração e Notas de Fundo. 

confesso que é difícil perceber ou reconhecer os aromas exatos que essas partes contêm, pois todos eles se unem no final, criando um aroma especial e único. Nós, leigos, sabemos reconhecer uma fragrância doce, um seco, um floral, um amadeirado. Mas a composição de uma fragrância tem muito mais do que isso. 


As notas de cabeça, ou de saída são as primeiras que você vai sentir. Logo que você abre um frasco de perfume. Aqui estão os aromas mais "gentis", mais equilibrados Ou seja, aquela primeira impressão, é aqui que você gosta ou não da fragrancia! Essas notas vão sumir rápido, então uma dica importante: quando você for experimentar um perfume numa loja, borrife num papel ou na sua pele e vá dar uma volta. Logo o aroma vai mudar e pode não ser tão bom quanto você imaginava. Ou até melhor. Geralmente são usadas como Notas de Cabeça: Lima da pérsia, Cassis, folhas de violeta, bergamota, limão, mandarina, pimenta, folhas de cedro e olíbano. 

As notas de coração. Elas são intermediárias, mais encorpadas. Duram mais que a primeira e definem a personalidade, aidentidade do perfume. É o verdadeiro cheiro do perfume e se mantém na pele de cinco a oito horas. Geralmente são usadas como Notas de Coracão: Cedro da Virgínia e patchouly 

Notas de fundo: Essas notas são, geralmente, as mais quentes e mais sensuais de uma composição olfativa, e são tipicamente desenvolvidas com ingredientes como Âmbar, Almíscar, Incenso, Sândalo ou Baunilha, ficam no fixador e dão corpo ao perfume. Vão durar bem mais, impregnar na pele. São notas densas que definem o cheiro. São Feitas de moléculas mais pesadas, são a alma de um perfume. Elas criam um rastro muito duradouro que pode permanecer por até 24 horas, ou seja, depois de um bom tempo são eles que se evidenciam. Geralmente são usadas como Notas de Fundo: Musk, musgo, âmbar e benjoim.


Então quando se fala que uma fragrância é cítrica ou amadeirada, o que está se fazendo e classificando sua família olfativa. A classificação de um perfume é feita sempre de acordo com as notas de coração.


É importante entender que o aroma de nosso produto não se modificará por se tratar se um sabonete e não de um perfume e este aroma irá durar apenas alguns minutos ou no máximo em uma ou duas horas após o banho. Mas durante o banho ou em contato com a água nosso sabonete se comportará como uma bomba aromática liberando seu cheiro pelo ar e se espalhando por todo o banheiro ou mesmo pela casa, esta sensação aromática os torna ainda mais diferenciados e especiais. Por isso esta será a primeira característica avaliada por quem for usar nossos sabonetes. Dai a importância desta característica em nosso produto, esta característica determina em primeira instancia a qualidade, ou seja, se o produto é bom ou ruim! Mesmo sem analisar suas propriedades hidratantes, emolientes, esfoliantes dentre tantas outras, tornando de extrema importância a qualidade dos produtos que devemos usar neste item (nada que não seja de excelência), pois o aroma será o cartão de visita de seu sabonete! 


Separamos as essência em famílias assim fica mais fácil entender como tudo funciona. As principais famílias olfativas são: 

1- Cítrica: fragrância fresca, que leva ingredientes como limão, laranja, lima e bergamota. É leve e combina com um perfil esportivo. Devido a sua rápida evaporação, as fragrâncias cítricas são normalmente usadas nas notas de cabeça pois são o primeiro cheiro percebido pelo olfato. 

2- Florais: são perfumes mais românticos e delicados, extraídos como o nome disse de flores como jasmim, violeta, gardênia, rosas, etc. As notas florais são muitas vezes usadas para notas de coração. 

3- Madeiras: notas de madeira são quase sempre secas, quentes e elegantes, como o Patchouly, cedro, Vetyver , Sândalo e muitas outras. Geralmente compõem a base ou o fundo das fragrâncias. 

4- Aldeídos: Sem base natural estas essências são produzidas em laboratório. Os aromas aldeídos são suaves e redondos, remetem à limpeza, como a roupa de cama recém-lavada ou o frescor da brisa da praia. Muitas vezes são misturados com especiarias como canela e gengibre e costumam agradar muito. OBS.: Podem ter cheiros metálicos (de alumínio), dá um certo brilho ao perfume. Os aldehidics são agressivos, mas quase não aparecem no aroma final. 

5- Animais: facilmente reconhecidas pelo cheiro de almíscar (Musk) ou âmbar, as fragrâncias de animais são feitas da secreção de uma glândula do veado. É forte, é másculo. Hoje em dia, somente é usado o sintético. Esse aroma vai na base, nas notas de fundo. 

Âmbar – é sintético. Originalmente extraído do intestino do cachalote (uma espécie de baleia), com odor meio almiscarado, meio amadeirado. Portanto, esse aroma vai na base, nas notas de fundo. 

Civet– Proibido hoje em dia, o aroma era extraído da glândula sexual do civeta, um gato selvagem que vive na África e na Índia. Um odor fecal, com extraordinário poder de fixação e sensualidade (você não sabia que a perfumaria tinha dessas coisas!). Portanto, esse aroma, hoje sintético, vai na base, nas notas de fundo. 

6- Chypre ou Herbal: clássico da perfumaria, resulta de um acorde básico de madeira, musgo de carvalho e floral, combinado às vezes com couro ou frutal. Podem estar tanto no topo, quanto na base ou até mesmo no coração de uma fragrância. 

7- Orientais : fragrâncias fortes que combinam com a noite. Harmonizam o calor das especiarias, como cravo, canela e cardamomo, com essência de baunilha e notas balsâmicas e doces. 

8- Frutas e Flores : são fragrâncias frescas, que vão bem durante o dia. As frutas predominantes são o abacaxi, maçã, pêssego e cereja, todos os aromas são extraídos das cascas. Os lírios assim como outras flores de aroma suave são as mais utilizadas nesta família olfativa. Geralmente estão no topo da fragrância. 

9- Fougére : o conceito nasceu de uma estrutura baseada em notas cítricas (de cabeça) e musgo de carvalho com gerânio (notas de coração), resultando num interessante contraste entre leve e quente. A versão aromática é enriquecida com blends herbais como thymo, salvia, menta, lavanda, manjericão e alecrim. São menos voláteis que as fragrâncias cítricas porque unem frescor a caráter. 

10- Spicey: São os aromas apimentados. Cheiramos: pimenta, gengibre, canela e cravo. Esses foram fáceis de perceber. Esses aromas, em geral, vão no meio, nas notas de corpo. 

11- Verdes: Aromas também leves e voláteis. A sensação do cheiro é de folhas amassadas, grama cortada e não de terra. Esses aromas são utilizados para puxar os aromas de baixo, das notas de corpo para a saída. 

12- Watery: Os aromas que têm uma saída aquosa, dão a sensação, a noção de espaço, de oxigênio. São: melão, melancia. Esses aromas vão no topo, nas notas de cabeça.

Mas lembre-se que a química e oleosidade natural da pele reagem com as essências das fragrâncias, fazendo com que ela nunca fique igual de pessoa para a pessoa, portanto escolha uma fragrância que você goste e não uma fragrância que foi indicada por alguém, afinal estamos falando da fabricação de um produto que terá uma personalidade que será definida por você! 


Se você tiver oportunidade, experimente descobrir as notas de alguns exemplos de composição de perfumes criados pela Firmenich. Lembre-se sempre de que os aromas podem ser naturais ou sintéticos. 

Flower By Kenzo 
Notas de cabeça: cassis, hawthorn (da família das rosas) 
Notas de corpo ou coração: rosa búlgara, jasmim, violeta de parma. 
Notas de base: baunilha, musk branco, resina 

CK One – Calvin Klein 
Notas de cabeça: bergamota, limão, mandarina e notas verdes. 
Notas de corpo ou coração: jasmim, lírio do vale, rosa e íris. 
Notas de base: cedro, sândalo, âmbar e musgo de carvalho. 

Hypinôse – Lancôme 
Notas de cabeça: passion flower. 
Notas de corpo ou coração: jasmim sambac, notas solares. 
Notas de base: vetiver e baunilha. 

Rhea – O Boticáirio 
Notas de cabeça: crocus flower, pimenta rosa, hedione hc 
Notas de corpo ou coração: violeta, íris, rosa guardiã das videiras NP, rosemuscat NP, infusão de rosas Natural, noz-moscada. 
Notas de base: patchouli, cedro rosa, sândalo, musgo cristal, praline, madeira bois 
e land, âmbar, ocre musk firmenich, musk branco, baunilha. 

Tomorrow – Avon 
Notas de cabeça: notas vibrantes de pêssego, framboesa e patchouli. 
Notas de corpo ou coração: jasmim indiano, violeta africana, flor de laranjeira. 
Notas de base: acordes de âmbar, madeiras nobres, musk e sândalo. 

Agora mãos a obra e vamos tentar criar as nossas fragrâncias, comece pelas mais simples, com duas ou três essências e depois ouse e aos poucos adicione mais essências e troque a quantidade de cada uma e assim obtenha várias fragrâncias deliciosas para seus sabonetes. 

Todos os demais produtos mencionados nesta postagem disponível para venda em nossa loja virtual, para adquiri-lo basta seguir o link:

Acho que por hoje é isso.