Recebi alguns pigmentos a alguns dias. Óxidos preto, vermelho, amarelo e verde, ultra marine, micas, etc... Mas qual a diferença entre eles e para que servem? Sempre ouço perguntas como pigmento e corante são a mesma coisa? Ou posso usar corante alimentício para fazer meus sabonetes? Dissolvo meus corantes em água, álcool ou óleo? entre tantas outras... Eu mesmo tenho algumas dúvidas a respeito deste assunto, que é tão abrangente.
Como podemos observar são muitas as duvidas e confusões que fazemos quando se trata de distinguir um corante de um pigmento! Vamos tentar explicar neste post quais a diferenças e utilização de cada um deles. Espero que ao final do post todos saibam o que é um corante, o que é um pigmento e qual deles devemos usar a depender de cada finalidade.
Vamos começar conhecendo um pouco a história.
O homem utiliza os corantes desde a Antiguidade para dar cor aos tecidos, às cerâmicas e aos couros. Na Antiguidade, os tecidos de tons vermelhos eram os mais procurados pela aristocracia pois essa cor simbolizava a dignidade e a nobreza.
Acredita-se que o tingimento de tecidos surgiu na Índia: indikos é o nome grego para hindu, o que deu origem ao nome índigo. Da Índia, o tingimento passou para a Pérsia, a Fenícia e o Egito, onde foram encontrados tecidos tingidos em tumbas do século XXV a.C. Os antigos já sabiam que a mistura de corantes azuis, vermelhos e amarelos produzia novas cores. Os gregos pintavam suas cerâmicas de vermelho, preto e azul. Corantes vermelhos, brancos, verdes, azuis, amarelos e pretos tingiam vidros produzidos pelos assírios sete séculos antes de Cristo. Tecidos encontrados em cavernas próximas ao Mar Morto do ano 135 foram tingidos de amarelo com açafrão. Pigmentos eram usados para fazer desenhos em cavernas, decorações de túmulos e pinturas murais.
Três corantes orgânicos de origem vegetal e animal tiveram grande importância desde a antiguidade: o índigo, a púrpura e a alizarina.
O índigo natural, ou corante azul, conhecido também como anil, era obtido a partir do suco da planta indigófera Isatis tinctoria. As propriedades da planta eram conhecidas na Índia, Egito, Grécia, Roma, Inglaterra e Peru.
O corante púrpura era produzido na Fenícia, hoje região do Líbano, a partir do esmagamento de moluscos marinhos dos gêneros murex brandaris e purpura. A púrpura era a cor da nobreza e das autoridades religiosas, e custava muito caro: eram necessários doze mil caramujos para se obter 1,5 g de corante. A púrpura foi muito usada até o século XIII. A púrpura de Tiro, ou púrpura real, tinge em várias tonalidades, do violeta ao vermelho-lilás, mas não é uma cor firme, ou seja, desbota à medida que o tecido é lavado.
A alizarina é o pigmento vermelho da raiz da garança ou "ruiva" (em árabe alizari). As rubiáceas rubia tinctorum e rubia cordifolia são nativas da Europa, e outras espécies são procedentes da Índia e de Java. Vindas da Grécia e da Turquia, a rubia tinctorum e a rubia cordifolia passaram a ser cultivadas do século IX ao século XVIII na França para uso no tingimento de tecidos em tons de vermelho, rosa e púrpura.
Embora a arte de tingir tenha começado como um ofício caseiro, o tingimento foi, durante séculos, uma atividade comercial, que formou inúmeros profissionais. As receitas eram secretas, e baseadas no empirismo e na experiência. Guildas de tintureiros operavam durante os tempos medievais, dando cor aos tecidos importados, como lãs do norte da Europa e sedas da Itália e França. Depois da chegada de Cristóvão Colombo à América, e da descoberta do Brasil, quantidades cada vez maiores de pau-brasil, que fornecia um corante vermelho, eram exportadas pelos portugueses visando o suprimento dos fabricantes europeus de tecidos.
Corantes X Pigmentos
Vamos deixar claro que: pigmentos e corantes são substâncias que quando aplicadas a um material lhe conferem cor. Ou seja ambos têm a mesma finalidade ¨colorir¨.
A principal diferença entre pigmentos e corantes é que, quando aplicados, os pigmentos são insolúveis e os corantes são solúveis. Outro diferencial entre os dois produtos diz respeito à cobertura: quando se usa o pigmento numa tinta ele promove simultaneamente a cobertura, a opacidade, o tingimento e a cor; o corante só promove o tingimento, sem proporcionar cobertura. Desta forma, o corante mantém a transparência do objeto tingido; já o pigmento dá cor e tira a transparência.
Existe duas características diferentes porem importantes entre pigmentos e corantes: o poder tintorial e a resistência à luz e às intempéries. O poder tintorial é a quantidade de pigmento ou corante necessária para se obter a cor desejada. O corante possui um poder tintorial muito superior ao do pigmento, sendo necessária uma quantidade muito maior de pigmento para se obter a cor proporcionada por um corante. Já quanto à resistência à luz, os pigmentos superam os corantes. Por isso devemos escolher adequadamente entre pigmentos e corantes de acordo com as necessidades de cada projeto.
Normalmente pigmentos e corantes são fornecidos em pó, cabendo ao usuário a dispersão ou dissolução até o ponto desejado para a sua utilização. Eles também podem ser adquiridos pré-dispersos, prontos para o uso, já beneficiados com aditivos, estabilizantes e outros componentes. São os concentrados comercializados na forma líquida ou em pasta.
Pigmentos
são usados nas indústrias de tintas, plásticos, cerâmicas e cosméticos, entre outras. Existem pigmentos que proporcionam proteção e efeitos decorativos, como é o caso dos pigmentos metálicos e os de efeito perolizado. Batons podem levar pigmentos metálicos, por exemplo. Os pigmentos de alumínio são ótimos para proteção contra ferrugem, especialmente se utilizados com zinco. Já para um efeito decorativo, os perolizados resultam em um acabamento luminoso exótico.
Corantes
são usados principalmente na indústria têxtil, mas também nas indústrias de artefatos de couro, papel, alimentos, cosméticos, tintas e plásticos. Dentre os corantes, os derivados de anilina são empregadas para colorir tecidos, madeiras e outros produtos. Elas são retidas no material por adsorção, dissolução, retenção mecânica ou por ligações químicas iônicas ou covalentes.
Características
Os pigmentos podem ser orgânicos ou inorgânicos, sintéticos ou naturais, e têm diferenças entre si com relação à opacidade, resistência a intempéries, facilidade de dispersão e moagem.
Os pigmentos inorgânico
Se dividem em sintéticos e naturais. Os inorgânicos naturais são geralmente óxidos e possuem menor cobertura, maior dificuldade de dispersão e menor poder tintorial; já os inorgânicos sintéticos, por serem produzidos em um processo industrial controlado, têm algumas propriedades melhoradas, proporcionando maior cobertura, uniformidade na cor, poder tintorial superior e melhor dispersão, o que resulta em estabilidade na aplicação.
Atualmente os pigmentos à base de crômio, chumbo e cádmio não são muito utilizados, pois foram substituídos por pigmentos orgânicos que são muito menos tóxicos.
Dentre os pigmentos inorgânicos, um se destaca: o dióxido de titânio, que é o pigmento branco mais usado. Já entre os coloridos, os óxidos de ferro são os mais usados, pois possuem tons desde amarelo e vermelho até preto. Os óxidos apresentam ótima resistência à luz, há também pigmentos de amarelo de crômio e de laranja de molibdênio.
Os pigmentos orgânicos
são substâncias sintéticas que apresentam em sua estrutura química grupamentos chamados cromóforos, responsáveis por lhes conferir cor. Os pigmentos orgânicos pertencem basicamente a duas ‘famílias’: a família do grupo azo e os policíclicos. A grande maioria da família do grupo azo não tem resistência ao intemperismo, e por isso os pigmentos não podem ser usados para pintura externa. Já os policíclicos possuem resistência ao intemperismo e à luz.
De modo geral, os pigmentos inorgânicos têm maior opacidade e poder de cobertura e de tingimento. Os pigmentos orgânicos têm mais brilho e transparência. Mas o que, muitas vezes, influencia a escolha em favor dos inorgânicos é o fato de estes serem significativamente mais baratos.
Branqueadores ópticos
são usados para produzir o branco. Diferentemente de corantes ou pigmentos, que incorporam a cor ao material tratado, branqueadores ópticos, ou agentes de branqueamento fluorescentes, são compostos orgânicos incolores ou pouco coloridos que quando aplicados a um substrato ou material absorvem luz e reemitem a maior parte da energia absorvida como luz fluorescente violeta-azulada. O resultado é que os materiais parecem, ao olho humano, menos amarelados, mais brilhantes e mais brancos.
Os branqueadores não são, portanto, matérias corantes “brancas”, como, por exemplo, os pigmentos à base de dióxido de titânio, usados em tintas, nem devem ser confundidos com alvejantes químicos como o peróxido de hidrogênio ou hipoclorito de sódio, utilizados para branquear celulose e tecidos de algodão.
Os branqueadores ópticos estão presentes em muitos produtos de uso cotidiano, como detergentes em pó e líquidos para lavar roupa, sabões em barra, papéis, na indústria têxtil em fibras naturais e sintéticas, em tintas de impressão, couro sintético, adesivos, laminados, fibras, e em tintas e vernizes.
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Acho que é isso, espero ter ajudado e até a próxima postagem.